O voto popular e as eleições periódicas,
que foram grandes conquistas alcançadas com a Proclamação da República e com a
declaração dos direitos civis e políticos, não fizeram com que a população participasse
ativamente da vida pública.
A implementação e a ampliação da
democracia participativa pode trazer a apropriação, por parte do povo, da participação
da vida política e pública. Não queremos pregar aqui o descarte, nem a
diminuição da democracia participativa, que é a base para a nossa sociedade
atual, o que pretendemos é defender e discutir a coexistência horizontal dessas
duas formas de exercício da democracia. Coexistência essa que seria o passo
inicial para uma possível efetivação da democracia participativa em toda a
sociedade.
Em nossa sociedade atual a
democracia representativa e a democracia participativa devem trabalhar de
maneira horizontal e conquistar a igualdade de deveres e direitos para todos os
cidadãos de nossos municípios, mesmo apresentando formas diferentes de se exercer
a democracia e a cidadania.
A população precisa participar e
acompanhar o governo que ela elegeu. A autonomia cidadã, a auto-gestão e a
soberania popular seriam conquistas futuras após a apreensão da forma da
governabilidade acima explicitada, isto porque, hoje a consciência popular da
necessidade de participação nos processos decisórios e educação política são questões
ainda embrionárias, melhor divulgadas e articuladas em todos os municípios.
Esse é o desafio para a população que
quer participar, que quer mudar sua realidade através da ação participativa e comunitária,
junto à administração pública e quer envolver sua comunidade, seu bairro, sua
rua, seus vizinhos e fazer com que essa população perceba que não adianta lutar
por interesses próprios, individuais.
Fazer com que as pessoas entendam
que o exercício da cidadania passa pela solidariedade e pela idéia de que não
vivemos isolados. É também um desafio para o poder público que quer agregar
seus cidadãos na gestão da cidade, nos processos decisórios, que envolvem os
interesses de seu governo e de sua comunidade.
Fonte:
Trecho retirado de Tese de mestrado feita por Fabiane Pizzirani
com o título: O papel dos processos de participação popular na gestão
municipal: Estudo do Orçamento Participativo no município de Rio Claro-SP, em
2006, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade
de São Paulo. (págs. 126/127)
Link:
Nenhum comentário:
Postar um comentário