sexta-feira, 29 de março de 2013

AFONSO ARINOS (1905-1990)






Afonso Arinos de Melo Franco nasceu em Belo Horizonte em 1905, filho de uma tradicional família de políticos, intelectuais e diplomatas. Seu pai, Afrânio de Melo Franco, foi ministro da Viação no governo Delfim Moreira (1918-1919), embaixador do Brasil na Liga das Nações (1924-1926) e ministro das Relações Exteriores de Getúlio Vargas (1930-1933).
Em 1933, assumiu a direção dos jornais O Estado de Minas e Diário da Tarde, pertencentes à cadeia dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Após o rompimento de sua família com Vargas, fundou em 1934, junto com o irmão Virgílio, a Folha de Minas, que seria vendida um ano depois. Passou então a trabalhar na consultoria jurídica do Banco do Brasil e em 1936 tornou-se professor de história do Brasil da Universidade do Distrito Federal. Nos anos seguintes, enquanto o país vivia sob a ditadura do Estado Novo (1937-1945), dedicou-se à vida acadêmica, ministrando cursos no Brasil e no exterior.
Em 1943, participou da elaboração e foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, primeira manifestação política contra a ditadura de Vargas. Por conta disso, foi demitido do Banco do Brasil.
Em 1945 foi um dos redatores do manifesto de lançamento da União Democrática Nacional (UDN), partido que reunia a oposição liberal a Vargas, fundado em abril daquele ano. Com a queda do Estado Novo em outubro, concorreu por seu estado, em dezembro, às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte e obteve uma suplência, sendo que em janeiro de 1947, assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. Sucessivamente reeleito, permaneceu na Câmara por muitos anos e exerceu enorme influência na vida parlamentar brasileira. No início dos anos 1950, por exemplo, teve aprovado no Congresso projeto de lei de sua autoria, que se transformaria na Lei Afonso Arinos, tornando a discriminação racial uma contravenção penal.
Com a volta de Vargas ao poder, em janeiro de 1951, passou mover intensa oposição ao governo. Tornou-se então líder da UDN na Câmara e um dos integrantes da ala mais exaltada do partido, conhecida como Banda de Música. Na crise deflagrada em 1954, que culminaria no suicídio de Vargas, propôs a renúncia do presidente e a intervenção das Forças Armadas.
Em 1958, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e para o Senado, agora representando o Distrito Federal, sempre na legenda da UDN. Em janeiro de 1961, com a posse de Jânio Quadros na presidência da República, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. Desenvolveu à frente do Itamarati uma política externa independente, marcada pelo não alinhamento automático aos Estados Unidos, a aproximação com os países do bloco socialista, o reconhecimento do governo de Fidel Castro em Cuba e a condenação explícita do colonialismo na África e na Ásia. Com a renúncia de Jânio em agosto do mesmo ano, deixou o ministério, voltou ao Senado e aí cumpriu importante papel no encaminhamento da emenda parlamentarista, solução proposta para contornar as resistências de setores militares à posse do vice-presidente João Goulart. Iniciado o governo Goulart em setembro sob a vigência do sistema parlamentarista, voltou a chefiar o Itamarati no gabinete Brochado da Rocha (julho-setembro de 1962).
Partidário do golpe militar que depôs Goulart em 1964, foi um dos fundadores, em 1966, da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido político de sustentação ao regime militar. Preferiu contudo não tentar nova reeleição nesse ano e deixar a atividade parlamentar ao fim de seu mandato no Senado, em janeiro de 1967. Crítico dos rumos do regime, retomou suas atividades docentes e literárias.
Em 1986, após o término da ditadura militar, voltou à vida política, elegendo-se senador pelo estado do Rio de Janeiro, na legenda do Partido da Frente Liberal (PFL), para participar da Assembléia Nacional Constituinte. Presidente da Comissão de Sistematização da Assembleia, cumpriu importante papel na primeira fase dos trabalhos constituintes, abertos em fevereiro de 1987. Em 1988, transferiu-se para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Morreu no Rio de Janeiro em 1990, em pleno exercício do mandato de senador.


Frases de Afonso Arinos: 

“Nunca se considerou caso político aquele caso que elementar, inicial, irrevogável e inevitavelmente será transformado pela decisão de um outro poder.”

“Srs. Constituintes de hoje, Srs. Congressistas de amanhã. Nosso dever é fazer política, e fazer política é praticar e defender a liberdade, é honrar nosso mandato, sustentar nosso trabalho, enobrecer a memória do nosso tempo.”

“O mal do conservadorismo reacionário é não compreender que, ou aceitamos e promovemos a evolução da democracia para novos rumos, ou a estrangulamos, estabelecendo ditaduras de direita para sustentar privilégios incompatíveis com a nova ordem do mundo.”

“O poder popular representa hoje a quebra dos privilégios econômicos e sociais das antigas classes dominantes – o que não se pode conseguir sem resistência delas.”

“O que é peculiar ao gênero literário das memórias é que a reconquista do vivido não é somente um trabalho de restauração, mas sobretudo um esforço de renovação.” 


Fonte: 
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV/CPDOC)


sábado, 23 de março de 2013

TEOTÔNIO VILELA (1917-1983)


Senador Teotônio Vilela no dia da votação da Anistia, em 1979 - Foto: Senado Federal


Teotônio Brandão Vilela nasceu na cidade de Viçosa, estado de Alagoas, em 28 de maio de 1917. Fez o curso primário na sua cidade natal e o secundário no Ginásio de Maceió e no Colégio Nóbrega em Recife.
  Freqüentou as faculdades de Engenharia e de Direito, respectivamente em Recife e Rio de Janeiro. Chegou também a prestar exames na Escola Militar do Realengo, mas jamais concluiu nenhum curso universitário. Foi um dos organizadores da UDN (União Democrática Nacional) em seu Estado. Elegeu-se deputado estadual em 1954. Em 1960 foi eleito vice-governador de Alagoas, na chapa do General Luís Cavalcanti (1961-1966).
  Teotônio Vilela apoiou o movimento de 31 de março de 1964 e, quando se formaram os dois novos partidos, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido da situação. Vitorioso no pleito de 15 de novembro de 1966 para o Senado tomou posse em fevereiro de 1967. Em seu primeiro discurso criticou o novo regime, já então no período governamental do General Artur da Costa e Silva. Em 1974, com a posse do Presidente Ernesto Geisel, que trazia para o Governo o projeto liberalizante de uma distensão "lenta, gradual e segura", Teotônio Vilela inicia campanha pública pela redemocratização do País. Ele, após uma conversa reservada com o presidente, desfraldou a bandeira da redemocratização, colocando-se como porta-voz do processo de distensão e assumindo a posição de “oposicionista da ARENA”. 
Em maio de 1978, aderiu à Frente Nacional pela Redemocratização, movimento que agrupava, além do MDB, setores militares descontentes e políticos dissidentes da ARENA em torno da candidatura do General Euler Bentes Monteiro e Paulo Brossard, respectivamente para Presidente e Vice-Presidente da República do Brasil. Com a posse do Presidente João Figueiredo, iniciada a chamada "abertura política", a 25 de abril de 1979, Teotônio Vilela, anunciando que "estava chegando onde sempre esteve", deixou a ARENA e ingressou no MDB. Batalhador incansável pela anistia geral exerceu a presidência da comissão mista que estudava o projeto sobre o tema, encaminhado ao Congresso pelo Governo. Lutou pela Anistia e subiu nos palanques das Diretas-Já, o projeto que previa eleições populares para Presidente da República.
Encerrou sua carreira parlamentar, em novembro de 1982, em decorrência de um câncer. Assumiu a vice-presidência do PMDB, continuando sua pregação em defesa da democracia. Permaneceu ativo até as vésperas de falecer, em Maceió, em 27 de novembro de 1983.


Algumas Frases de Teotônio Vilela

"Depois de andar pelos quatros cantos deste País, descobri que existe no Brasil uma Pátria.".

"Plantou-se a Anistia e se colheu, depois, a Democracia.”

"A Democracia não é coisa feita. Ela é sempre uma coisa que se está fazendo. Daí porque ela é um processo em ascensão. É a experiência de cada dia que dita o melhor caminho para ela ir atendendo às necessidades coletivas. O que há de belo nela é isto. É que ela tem condições de crescer, segundo a boa prática que fizermos dela".

"Este País só será grande quando cada brasileiro se sentir responsável e influente pela força do seu pensamento na formação do todo nacional".

"Não temos outra saída senão uma representação política capaz de reorientar a vida neste País. É quase que algo milagroso".

Em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, em 1977 - Foto: Acervo Histórico ALESP

Fontes:

Senado Federal (senado.gov.br)

quinta-feira, 21 de março de 2013

CURIOSIDADES HISTÓRICAS VI

Hoje, meus amigos, irei mostrar as origens dos nomes das escolas de nossa cidade.
Ná época, a Escola Clara Carvalho Ferreira (Escola da Cachopa) e a Escola Dona Conceição de Oliveira Moreira (3º Escola), eram do estado e mais tarde se tornaram municipais.

Foram tirados dos arquivos do Diario Oficial do Estado e se encontra em imprensaoficial.com.br.





terça-feira, 19 de março de 2013

MAIS UMA VEZ...

Mais uma vez, posto sobre a sessão da Câmara Municipal de ontem, dia 18, para "debater idéias", "sugerir proposições", e mais uma vez, vimos uma sessão apática, como de praxe, nos últimos anos...

Com exceção do projeto de lei, reformulando a legislação do Conselho Tutelar (adiado, por sugestão do vereador Dú da Caixa, para melhor apreciação) e da indicação do vereador Adalto, que se estude a possibilidade de transportar alunos da rede pública de bairros distantes das escolas, cujo os pais não têm condições de pagar a condução, foi "indicação de lombada pra cá", "indicação de placa de sinalização pra lá", de fato os vereadores até dão seus pitacos, mas é pouco, muito pouco, pra uma Casa de Leis que quer estar ao lado da população, que por sinal, não se dá ao trabalho de cobrar de seus representantes e muito menos de comparecer as sessões.

Isso é fato !!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

UM FATO TANTO CURIOSO...


Capa da Revista Veja nº 431, de 08/12/1976 - Foto: Acervo Digital


Um fato curioso que ocorreu na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, como o do deputado Leonel Júlio (então MDB), presidente da Assembléia, que perdeu o mandato, em 1976, por renovar, com dinheiro público, todo o guarda-roupa erótico da sua amante. Comprou o que havia de mais fetichista na época. Foi o famoso “escândalo das calcinhas”, o mais caliente da história.

O texto abaixo descreve como foi isso.



As calcinhas e o mandato perdido

Escrito por Paulo Saab, jornalista e analista político.


Em três de dezembro de 1976 o Diário Oficial da União publicou ato do governo militar, presidido pelo general Ernesto Geisel, suspendendo os direitos políticos e cassando o mandato do deputado estadual Leonel Júlio, do então MDB, naquele que ficou conhecido como "o escândalo das calcinhas".

Eu era repórter da Folha de São Paulo, na Assembléia Legislativa, e presidia a Associação dos Cronistas Parlamentares do Estado de São Paulo.

Eu vi, eu estava lá.

Meus registros do episódio se limitam à memória, daí a possível falta de detalhes, mas o fato aconteceu. Também foi testemunha dele (partícipe comigo e com outros colegas que cobriam a cerceada vida política do País) o jornalista Eymar Mascaro, então repórter especial do Jornal do Brasil, em São Paulo, e hoje também colunista do DC (Diário do Comércio).

O deputado Leonel Júlio, eleito pela região periférica de Ermelino Matarazzo (São Paulo), tornou-se presidente da assembléia paulista como resultado de entendimento entre diversas correntes do MDB. Leonel, homem pacato, afável com todos, surgiu como "tertius", o terceiro nome que não tinha grandes rejeições no partido, e foi eleito para acomodar o desajuste interno.

Ele tentou ficar à altura do cargo, apesar de não ter grande base cultural. Entretanto, deslumbrado pelo poder e pelo cargo, Leonel, mal assessorado, fez viagens e compras com verbas da Assembléia, com comitivas exageradas. Num de seus retornos, chamou a mim e outros colegas jornalistas à sala da presidência, onde havia uma mesa abarrotada de produtos como perfumes, canetas, chaveiros – lembranças de viajante numa época em que o País era mais provinciano ainda, e pediu que cada um  escolhesse algo.

Explicamos que, como jornalistas, não poderíamos aceitar, o que o deixou surpreso e quase ofendido.

A questão ficou feia, logo depois, quando os jornalistas receberam cópias de notas fiscais de calcinhas femininas que ele  havia comprado no exterior em grande quantidade. Estas não tinham sido expostas na mesa e a revelação caiu como bomba entre os jornalistas. Era um fato grave, por se tratar de dinheiro público.

Sabíamos que, pelo ambiente da época, ainda sob o AI-5, a publicação da notícia poderia significar a cassação do deputado. Lembro-me de uma reunião na Sala de Imprensa do Palácio 9 de Julho, onde eu, pela Folha, Mascaro pelo JB, Ricardo Sérgio Mendes, pelo Estadão, Geraldo Campos, pelo Diário Popular, Otávio Junior, pelo Diário de São Paulo e Vera Miranda, pelo O Globo, entre outros, discutimos o assunto.

Era nossa obrigação publicar a notícia. Assim foi feito e Leonel Júlio foi cassado. Houve certo pesar entre nós, porque era visível que o deputado tinha sido até meio ingênuo no episódio e, além disso, a cassação foi um ato de arbítrio, sem dar direito de defesa ao acusado.

O Brasil não pode voltar – seja qual for o grupo ou ideologia no poder – aos tempos em que se podia condenar alguém, ou impor sua vontade, fora do regime de Direito. É verdade que a legislação tíbia de hoje favorece corruptos e infratores.

Mas o melhor caminho ainda é aprimorar nossos mecanismos democráticos dentro dos limites legais.

Recebendo comitiva de aeromoças (05/1976) Foto: Acervo Histórico ALESP

Presidindo sessão solene (09/1976) Foto: Acervo Histórico ALESP

Imagem: Livro "Galeria dos Presidentes da Assembleia Legislativa de São Paulo" - 2006



Fontes:

ALESP - Assembleia Legislativa de São Paulo - al.sp.gov.br

domingo, 17 de março de 2013

Campanha de limpador de chão mostra sujeira da vida real

O limpador de chão tailandês Penguin afirma, em sua nova campanha criada pela agência Hakuhodo, que a sujeira não tem onde se esconder caso o produto seja aplicado. Para provar tal argumento, a marca montou peças em que a "sujeira" de situações corriqueiras é revelada.
De fato, das três imagens da campanha, talvez a mais chocante seja a peça “Soliciting”, que exibe um ato de prostituição infantil em andamento.
Mas como o blog se trata de política, na imagem “Bribe” um suborno é flagrado (o que não é novidade aqui no Brasil). Tudo graças ao reflexo que o Penguin produz no chão límpido.

Confira a foto abaixo:




Fonte: Portal Administradores
http://www.administradores.com.br/noticias/marketing/campanha-de-limpador-de-chao-mostra-sujeira-da-vida-real/73935/

sábado, 16 de março de 2013

AGORA, FALANDO SÉRIO...

No dia 8 de janeiro, no post "Auriflama no Wikipédia", havia comentado sobre a desatualização do site oficial da cidade (auriflama.sp.gov.br), cujo não havia sido alterado em nada, com relação à administração anterior. Quase dois meses depois, muito, mas muito pouco fez, mais nada a se comentar....somente mesmo através de imagens.

OBS: A Prefeitura criou uma página no Facebook para divulgar informações e ações do Poder Executivo, mas o que se vê, ...

Abaixo também, vou colocar exemplos atuais, através de sites oficiais, como a Prefeitura de Jales, e de redes sociais, como da Prefeitura de São Caetano do Sul.













domingo, 10 de março de 2013

HISTÓRIA DO VOTO FEMININO E DAS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA



Fonte: Centro de Memória (TSE)



O voto feminino resultou de um longo processo de luta pela participação das mulheres na política. No Brasil, as mulheres passaram a ter o direito de votar nas eleições nacionais a partir de 24 de fevereiro de 1932 (Era Vargas). Desde o século 19, no entanto, ocorreram movimentos a favor da ampliação do direito de voto a camadas sociais excluídas. O primeiro país a garantir o direito às mulheres foi à Nova Zelândia, em 1893.

A Constituição do Império (1824), não era explícita, quanto ao exercício dos direitos políticos por mulheres. O texto permitia o voto, com restrições de renda, à “massa dos cidadãos ativos em assembléias paroquiais” (eleitores do 1º grau). Os chamados eleitores de paróquia votavam nos eleitores de 2º grau, que elegiam os deputados.

Discussões sobre o voto feminino ocorreram na época da elaboração da Constituição de 1891, a primeira da República. O texto constitucional acabou por não prever o direito, mas também não o proibia.

Os movimentos sufragistas, no entanto, continuaram. Iniciativas de feministas dos Estados Unidos e da Inglaterra repercutiram entre as intelectuais brasileiras e, no início do século 20, várias organizações femininas surgiram no Brasil. Entre elas, o Partido Republicano Feminino, fundado pela professora Deolinda Daltro no Rio de Janeiro, em 1910.

Em 1919, o senador Justo Chermont, do Pará, apresentou o Projeto de Lei 102, que estendia às mulheres maiores de 21 anos as disposições das leis sobre alistamento e processo eleitoral. O projeto tramitou até 1928, sem ser convertido em lei.

Porém, a inscrição da primeira eleitora do Brasil, Celina Guimarães Vianna, ocorreu em 25 de novembro de 1927. Em 1929, foi eleita a primeira prefeita, Alzira Soriano de Souza. Os dois eventos foram registrados no estado do Rio Grande do Norte, respectivamente em Mossoró e em Lajes, antes mesmo de serem legalmente reconhecidos os direitos políticos femininos no Brasil.

Em 1933, São Paulo elege a primeira deputada federal do Brasil. Carlota Pereira de Queiróz foi eleita para a Constituinte do mesmo ano.

Os direitos políticos conferidos às mulheres passam a ser previstos na Constituição de 1934. Mas como se tratava de um código eleitoral provisório, permitia os sufrágios apenas das mulheres casadas, desde que autorizadas pelos maridos, das solteiras e das viúvas, ambas com renda própria. O voto é obrigatório para mulheres que exerçam função pública renumerada.

Uma nova Constituição foi implantada, em 1946, onde novamente institui direitos políticos às mulheres, com voto obrigatório para elas.

Em 1965, o Código Eleitoral afastou em definitivo todas as cláusulas restritivas ao direito do voto das mulheres existentes em legislações infraconstitucionais até então. Exemplo de 1934.

Em 1979, Eunice Michiles, suplente do senador João Bosco de Lima, de Amazonas (falecido logo no início do mandato), foi a primeira senadora do Brasil, sendo que em 1990, Marluce Pinto, de Roraima e Júnia Marise, de Minas Gerais, foram as primeiras senadoras eleitas do país.

Em 1994, o Maranhão elege Roseana Sarney, para o governo do estado. Foi a primeira mulher eleita para ocupar o cargo de governadora de estado.

Até recentemente, há mudanças na legislação brasileira, para benefício dos direitos das mulheres. A Lei 12.034 de 2009 previu o investimento do fundo partidário na criação e manutenção de programas de promoção da participação política das mulheres.


Primeiras mulheres:

Primeiras eleitoras:
Celina Guimarães Vianna (Mossoró, RN) e Julia Alves Barbosa (Natal, RN) - 1927

Primeira prefeita:
Alzira Soriano de Souza (Lajes, RN) - 1928

Primeira vereadora:
Joanna Cacilda Bessa (Pau dos Ferros, RN) - 1929

Primeira deputada federal:
Carlota Pereira de Queiróz (São Paulo) - 1933

Primeiras deputadas estaduais:
Maria do Céu Fernandes (Rio Grande do Norte)
Antonieta de Barros (Santa Catarina)
Lili Lages (Alagoas)
Maria Luiza Bittencourt (Bahia)
Maria Thereza Nogueira de Azevedo e
Maria Thereza Silveira de Barros Camargo (São Paulo) - 1934
(posteriormente assumiria Francisca Pereira Rodrigues, de São Paulo, em 1935)

Primeira presidenta de Assembléia Legislativa:
Maria da Conceição Costa Neves (São Paulo) - 1960

Primeiras senadoras:
Princesa Isabel (por direito dinástico e pela constituição de 1824) - 1871
Eunice Mafalda Berger Michiles (eleita como suplente, mas assumiu pouco depois - Amazonas) - 1979
Laélia Contreiras Agra de Alcântara (pelo mesmo motivo de Eunice Michiles - Acre) - 1982

Primeira ministra:
Esther de Figueiredo Ferraz (Educação e Cultura) - 1982

Primeira governadora:
Iolanda Ferreira Lima Fleming (eleita como vice-governadora, mas assumiu em virtude da renúncia do titular, para se eleger no Senado - Acre) - 1986

Primeira prefeita de capital:
Maria Luiza Menezes Fontenele (Fortaleza, CE) - 1986

Primeiras senadoras eleitas:
Maria Marluce Moreira Pinto (Roraima) e Júnia Marise Azeredo Coutinho (Minas Gerais) - 1990

Primeira governadora eleita:
Roseana Sarney Murad (Maranhão) - 1994

Primeira mulher a integrar o Supremo Tribunal Federal:
Ellen Gracie Northfleet - 2002 

Primeira presidenta do Supremo Tribunal Federal:
Ellen Gracie Northfleet - 2006

Primeira presidenta da República:
Dilma Vana Rousseff - 2010

Primeira presidenta do Tribunal Superior Eleitoral:
Carmen Lúcia Antunes Rocha - 2012  




Destaque Final: Bertha Lutz

Fonte: Universidade de Brasília / Arquivo Nacional



A bióloga Bertha Lutz foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, responsável direta pela articulação política que resultou nas leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20 e 30.

Criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (1922). Representou o Brasil na assembléia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana.  

Dois anos depois de conseguir o direito do voto, Bertha Lutz participou do comitê elaborador da Constituição (1934) e garantiu às mulheres a igualdade de direitos políticos. 


Mais tarde integrou a delegação brasileira que participou da Conferência de Organização das Nações Unidas, realizada em San Francisco, de maio a junho de 1945, e representou o Brasil na Comissão Interamericana de Mulheres, como vice-presidente desta entidade, entre 1953 e 1959.




Fontes:

Sua Pesquisa (suapesquisa.com)
TSE - Tribunal Superior Eleitoral (tse.gov.br)
ALESP - Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (alesp.sp.gov.br)
Câmara dos Deputados – Congresso Nacional (camara.gov.br)

terça-feira, 5 de março de 2013

SUA EXCELÊNCIA, O PLENÁRIO...






Mais uma vez estive presente na sessão da Câmara Municipal, onde os vereadores aprovaram projetos de lei para o desenvolvimento da cidade.
De fato, houve uma mudança significativa da primeira sessão para esta, embora, o sistema legislativo é emblemático, que não é novidade no Brasil, e isso vem de anos atrás, mas já é um começo.
Dois projetos de lei, do Executivo, pouco mais de R$ 40.000 mensais para a Santa Casa e R$ 440.000 no ano de 2013, para a OEA (Organização Estudantil de Auriflama), foram “discutidos” e aprovados por comum, além de requerimentos do vereador João Enfermeiro, sobre o trânsito local. Boas atitudes. Basicamente foi isso. O resto... Vou até omitir fatos que não convém citar.
Durante a sessão, os estudantes que acompanharam, se questionaram sobre o começo da vigência do benefício, que ao invés de ser no mês de fevereiro quando inicia as aulas, começa a valer a partir de março. E isso no valor de 80 %! Bom, já é um ótimo negócio.
Teve vereadores fazendo elogios eloqüentes sobre a atual gestão (nada contra), caso do vereador Celso, sobre os projetos de lei, dizendo que foi uma conquista única, que não havia acontecido assim no passado, quando estes projetos não são mais que obrigação da Administração Municipal com a Santa Casa (prioridade!) e com os estudantes (até porque a questão dos estudantes foi plataforma eleitoral – diga-se transporte gratuito), além de mais uma vez, o vereador Adalto, colocando um ponto polêmico, que foi sobre a suspensão do Sistema COC de Ensino, mas que o vereador Dú da Caixa, respondeu prontamente, tratando-se de falta de licitação e será acertado isso o mais brevemente.
Uma coisa que me incomodou um pouco é sobre a insistência de certos vereadores criticarem a administração anterior, que deixou milhões de reais de dívidas, que não havia atualizado a tal da CND (Certidão Negativa de Débitos), quando na verdade se fazia o CP-EN (Certidão Positiva com efeito de Negativa), enfim, o que falta a memória dos vereadores, é de se imaginar há 15 ou 20 anos atrás (cito aqui: Pedro Matarézio [in memoriam] e Dr. Fuad Kassis). Nessa época, embora já existisse a Lei de Finanças Públicas (criada em 1964) e a Lei da Improbidade Administrativa (1992), não havia a Lei de Responsabilidade Fiscal (2000). Por isso a situação de quando se trocava de governante, tornou-se de fato muito preocupante mesmo, mas que fizeram de um jeito ou de outro, com que Auriflama tenha uma infra-estrutura como tem hoje.
Pra finalizar e tentando ser breve, até para simplificar aos leitores, o presidente Chico Oliva, destacou e até achei interessante, que o vereador é o elo entre o cidadão e a prefeita Ivanilde. Espero que haja de fato, mas acho que o nobre edil, teve uma falha ao dizer que o vereador pode “errar” durante seu mandato. O verbo ao invés de ser “errar”, o certo seria “fazer”, que é o mais correto, já que foram eleitos para isso. Fazer.
Como dizem por aí: “Errar é humano, perdoar é preciso, e correr atrás daquilo que realmente queremos é uma obrigação.”

Espero que eu não tenha sido extensivo, quanto ao texto, e que possa acompanhar dias melhores nas sessões legislativas, mas já é um começo...

É isso aí....