sábado, 23 de março de 2013

TEOTÔNIO VILELA (1917-1983)


Senador Teotônio Vilela no dia da votação da Anistia, em 1979 - Foto: Senado Federal


Teotônio Brandão Vilela nasceu na cidade de Viçosa, estado de Alagoas, em 28 de maio de 1917. Fez o curso primário na sua cidade natal e o secundário no Ginásio de Maceió e no Colégio Nóbrega em Recife.
  Freqüentou as faculdades de Engenharia e de Direito, respectivamente em Recife e Rio de Janeiro. Chegou também a prestar exames na Escola Militar do Realengo, mas jamais concluiu nenhum curso universitário. Foi um dos organizadores da UDN (União Democrática Nacional) em seu Estado. Elegeu-se deputado estadual em 1954. Em 1960 foi eleito vice-governador de Alagoas, na chapa do General Luís Cavalcanti (1961-1966).
  Teotônio Vilela apoiou o movimento de 31 de março de 1964 e, quando se formaram os dois novos partidos, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido da situação. Vitorioso no pleito de 15 de novembro de 1966 para o Senado tomou posse em fevereiro de 1967. Em seu primeiro discurso criticou o novo regime, já então no período governamental do General Artur da Costa e Silva. Em 1974, com a posse do Presidente Ernesto Geisel, que trazia para o Governo o projeto liberalizante de uma distensão "lenta, gradual e segura", Teotônio Vilela inicia campanha pública pela redemocratização do País. Ele, após uma conversa reservada com o presidente, desfraldou a bandeira da redemocratização, colocando-se como porta-voz do processo de distensão e assumindo a posição de “oposicionista da ARENA”. 
Em maio de 1978, aderiu à Frente Nacional pela Redemocratização, movimento que agrupava, além do MDB, setores militares descontentes e políticos dissidentes da ARENA em torno da candidatura do General Euler Bentes Monteiro e Paulo Brossard, respectivamente para Presidente e Vice-Presidente da República do Brasil. Com a posse do Presidente João Figueiredo, iniciada a chamada "abertura política", a 25 de abril de 1979, Teotônio Vilela, anunciando que "estava chegando onde sempre esteve", deixou a ARENA e ingressou no MDB. Batalhador incansável pela anistia geral exerceu a presidência da comissão mista que estudava o projeto sobre o tema, encaminhado ao Congresso pelo Governo. Lutou pela Anistia e subiu nos palanques das Diretas-Já, o projeto que previa eleições populares para Presidente da República.
Encerrou sua carreira parlamentar, em novembro de 1982, em decorrência de um câncer. Assumiu a vice-presidência do PMDB, continuando sua pregação em defesa da democracia. Permaneceu ativo até as vésperas de falecer, em Maceió, em 27 de novembro de 1983.


Algumas Frases de Teotônio Vilela

"Depois de andar pelos quatros cantos deste País, descobri que existe no Brasil uma Pátria.".

"Plantou-se a Anistia e se colheu, depois, a Democracia.”

"A Democracia não é coisa feita. Ela é sempre uma coisa que se está fazendo. Daí porque ela é um processo em ascensão. É a experiência de cada dia que dita o melhor caminho para ela ir atendendo às necessidades coletivas. O que há de belo nela é isto. É que ela tem condições de crescer, segundo a boa prática que fizermos dela".

"Este País só será grande quando cada brasileiro se sentir responsável e influente pela força do seu pensamento na formação do todo nacional".

"Não temos outra saída senão uma representação política capaz de reorientar a vida neste País. É quase que algo milagroso".

Em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, em 1977 - Foto: Acervo Histórico ALESP

Fontes:

Senado Federal (senado.gov.br)

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