terça-feira, 10 de julho de 2012


Programa eleitoral é mais engraçado do que o de humor, diz leitor da Folha de S. Paulo

LEITOR VINÍCIUS BERNARDES MONDIN GUIDIO
DE SÃO PAULO



O clima de eleições mal começou e os rebuliços pré-eleitorais estão a todo vapor.
Filiações, alianças partidárias, candidaturas colocadas e retiradas, além de muitas pesquisas para averiguar o vencedor já ocorreram neste curto período de tempo.
Porém, tudo isso e mais um pouco está para se ampliar às vésperas do dia decisivo.
Fala-se muito em democracia, em liberdade, porém, creio que nada mudou com o passar do tempo. Seja direta ou indiretamente, continuamos inseridos nesta "politicagem" em que os coronéis continuam a decidir os rumos eleitorais.
Com presentes e promessas estapafúrdias, deixamos nossos ouvidos se ludibriarem e serem mais uma vez enganados frente à urna. E o voto novamente elege o candidato errado.
O pior de véspera de eleição não é nem as mudanças constantes de partidos ou as promessas que já estamos cansados de saber, mas os meios utilizados para se angariar os votos.
Um colega estrangeiro que veio me visitar no período das últimas eleições, e que raramente assistia à televisão, fazia questão de ver o horário eleitoral, pois ele se divertia com o programa chamando, aquele momento, de "Happy Time".
Confesso que também acho nossa programação eleitoral mais engraçada que muitos programas de humor da atualidade. Só que me entristeço porque tal feito tira qualquer credibilidade de nossos governantes. Enfim, nos tornamos "palhaços" ao elegermos tais pessoas para representarem nosso país.
Ainda temos os famosos santinhos que, em minha opinião, mais sujam as ruas nas vésperas eleitorais do que ajudam os indecisos. Por falar em sujeira, onde está à Ecologia, que faz tanta apologia a limpeza das ruas, neste momento, para criticar tais ações?

Fora isso, cresce cada vez mais, o populismo eleitoreiro, aplicado pelos candidatos, os quais querem se demonstrar o mais familiar possível, das camadas mais populares.
Só que alguns nem conhecem uma favela de verdade, nunca sentiram as necessidades do povo, para saber julgar aquilo que é necessário.

Chego ao ponto de concordar com o russo Joseph Brodsky que diz que a memória trai a todos e se torna uma aliada do esquecimento.
Torço para que desta vez se ateste diferente do popular, de que "o brasileiro tem memória curta", mas que relembremos todas as gafes passadas dos candidatos antes de escolher o mais apto, não se deixando levar pela grandiloquência: "meus queridos eleitores!" e outras promessas eleitorais.

Fonte: Folha.com

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