Reportagem do Diário da Região, de São José do Rio Preto, por Heitor Mazzoco
Prefeitos da região de Rio Preto apertam o cinto para tentar
honrar folhas de pagamento dos servidores e quitar dívidas neste final de ano.
Com a queda do repasse do Fundo de Participação do Município (FPM), medidas de
economia começam a ser implantadas. Cátia Lorijola (PPS) e Marli Padovezi
(PPS), prefeitas de Bálsamo e União Paulista, respectivamente, reduziram o
tempo de atendimento ao público.
Em Bálsamo, o prédio do Executivo funciona só meio período e
fecha ao meio-dia, cinco horas antes do normal. Em União Paulista, o
atendimento vai até as 15h. “O ano inteiro tentei providências. Está caótico e
fizemos vários cortes. Estamos na base da economia, controlando até telefone e
iluminação. Não estamos conseguindo abastecer o Centro de Saúde.
Estamos com necessidade”, disse Marli. As dívidas dos
municípios pequenos chegam a R$ 2 milhões. Em cidades com mais de 100 mil
habitantes, os valores passam de R$ 20 milhões, segundo levantamento feito pela
reportagem.
Sem funcionários
Em
Bady Bassitt, funcionários concursados estão deixando os
serviços por considerar os salários baixos. O prefeito Edmur Pradela (PMDB)
afirma que faltam também especialistas na área da saúde. “Preciso de médicos
especialistas. Urologista, oftalmologista, médico da família preciso de dois,
mas tenho um.
Não contratamos porque não temos como pagar. Que eu vou
fazer? Assaltar banco?”, questiona. A queda do FPM é um dos tópicos apontados
por prefeitos como problemática. A nova responsabilidade adquirida, como
manutenção da iluminação pública também é alvo de protestos.
Em Urupês, o prefeito Antônio da Silva Oliveira (PPS),
afirmou que não enfrenta problemas com o caixa do Executivo, apesar dos gastos
diários estimados por ele em R$ 30 mil. Porém, ele enviou projeto à Câmara para
atualizar o valor venal do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). “Não é
justo pagar, por exemplo, R$ 10 o metro quadrado no Centro e na periferia”,
disse.
Ivanilde Della Roveri Rodrigues (PMDB), prefeita de
Auriflama, diz que a situação chegou ao ponto de “ter de colocar os joelhos no
chão e perguntar para Deus de onde vai tirar dinheiro para pagar o 13º salário
dos servidores.” Até o final deste mês, ela espera levantar recursos com venda
de áreas. “Estou vendendo terrenos do município, que não são mais úteis.
Esperamos levantar R$ 700 mil”, afirmou.
Em Barretos e Bebedouro, as prefeituras fizeram, desde o
começo do ano, programa de parcelamento de dívidas de munícipes e esperam ter
retorno para evitar problemas nas contas dos dois últimos meses do ano.
Prefeitos passam pires em Brasília
Nesta terça-feira, dia 12, prefeitos da região participam de
mobilização em Brasília para ampliação de repasse do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM). O ideal, segundo prefeito de Olímpia e presidente da
Associação dos Municípios da Araraquarense (AMA), Geninho Zuliani (DEM), é a de
que o governo aumente em pelo menos dois pontos percentuais nos repasses para
as prefeituras fecharem as contas sem problemas.
Geninho afirmou que outras prefeituras devem fechar às
portas, caso não haja retorno esperado na reunião em Brasília. “Estão esperando
apenas a reunião de terça-feira”, disse. Para a AMA, o maior número possível de
prefeitos na reunião é fundamental. Porém, em algumas cidades, os prefeitos
desistiram de participar, como é o caso de Marli Padovezi (PPS), de União
Paulista. “Eu não vou na mobilização porque não posso gastar R$ 2 mil, R$ 3
mil. Se eu for, vai faltar para o município”, disse.
Agrado
No mesmo dia da mobilização, o governo federal tentará se
aproximar dos prefeitos da região. Às 10h, no Recinto de Exposições, em Rio Preto, quando
entregará pelo menos 40 retroescavadeiras.
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