terça-feira, 12 de novembro de 2013

PREFEITURAS APERTAM O CINTO PARA PAGAR O 13º





Reportagem do Diário da Região, de São José do Rio Preto, por Heitor Mazzoco

Prefeitos da região de Rio Preto apertam o cinto para tentar honrar folhas de pagamento dos servidores e quitar dívidas neste final de ano. Com a queda do repasse do Fundo de Participação do Município (FPM), medidas de economia começam a ser implantadas. Cátia Lorijola (PPS) e Marli Padovezi (PPS), prefeitas de Bálsamo e União Paulista, respectivamente, reduziram o tempo de atendimento ao público.

Em Bálsamo, o prédio do Executivo funciona só meio período e fecha ao meio-dia, cinco horas antes do normal. Em União Paulista, o atendimento vai até as 15h. “O ano inteiro tentei providências. Está caótico e fizemos vários cortes. Estamos na base da economia, controlando até telefone e iluminação. Não estamos conseguindo abastecer o Centro de Saúde.

Estamos com necessidade”, disse Marli. As dívidas dos municípios pequenos chegam a R$ 2 milhões. Em cidades com mais de 100 mil habitantes, os valores passam de R$ 20 milhões, segundo levantamento feito pela reportagem.


Sem funcionários

Em Bady Bassitt, funcionários concursados estão deixando os serviços por considerar os salários baixos. O prefeito Edmur Pradela (PMDB) afirma que faltam também especialistas na área da saúde. “Preciso de médicos especialistas. Urologista, oftalmologista, médico da família preciso de dois, mas tenho um.

Não contratamos porque não temos como pagar. Que eu vou fazer? Assaltar banco?”, questiona. A queda do FPM é um dos tópicos apontados por prefeitos como problemática. A nova responsabilidade adquirida, como manutenção da iluminação pública também é alvo de protestos.

Em Urupês, o prefeito Antônio da Silva Oliveira (PPS), afirmou que não enfrenta problemas com o caixa do Executivo, apesar dos gastos diários estimados por ele em R$ 30 mil. Porém, ele enviou projeto à Câmara para atualizar o valor venal do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). “Não é justo pagar, por exemplo, R$ 10 o metro quadrado no Centro e na periferia”, disse.

Ivanilde Della Roveri Rodrigues (PMDB), prefeita de Auriflama, diz que a situação chegou ao ponto de “ter de colocar os joelhos no chão e perguntar para Deus de onde vai tirar dinheiro para pagar o 13º salário dos servidores.” Até o final deste mês, ela espera levantar recursos com venda de áreas. “Estou vendendo terrenos do município, que não são mais úteis. Esperamos levantar R$ 700 mil”, afirmou.

Em Barretos e Bebedouro, as prefeituras fizeram, desde o começo do ano, programa de parcelamento de dívidas de munícipes e esperam ter retorno para evitar problemas nas contas dos dois últimos meses do ano.

Prefeitos passam pires em Brasília

Nesta terça-feira, dia 12, prefeitos da região participam de mobilização em Brasília para ampliação de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O ideal, segundo prefeito de Olímpia e presidente da Associação dos Municípios da Araraquarense (AMA), Geninho Zuliani (DEM), é a de que o governo aumente em pelo menos dois pontos percentuais nos repasses para as prefeituras fecharem as contas sem problemas.

Geninho afirmou que outras prefeituras devem fechar às portas, caso não haja retorno esperado na reunião em Brasília. “Estão esperando apenas a reunião de terça-feira”, disse. Para a AMA, o maior número possível de prefeitos na reunião é fundamental. Porém, em algumas cidades, os prefeitos desistiram de participar, como é o caso de Marli Padovezi (PPS), de União Paulista. “Eu não vou na mobilização porque não posso gastar R$ 2 mil, R$ 3 mil. Se eu for, vai faltar para o município”, disse.

Agrado

No mesmo dia da mobilização, o governo federal tentará se aproximar dos prefeitos da região. Às 10h, no Recinto de Exposições, em Rio Preto, quando entregará pelo menos 40 retroescavadeiras.

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